Lula na China: bons jogos, péssimas entrevistas.
Leia o balanço da viagem de Lula e as possíveis consequências da guinada diplomática.
Rio de Janeiro, 17 de abril de 2023 - Edição 021 - Nulla dies sine linea - Atualizado 11h40min
Lula na China: bons jogos, péssimas entrevistas.
Quando o intragável Mano Menezes comandava o Flamengo, em 2013, era conhecido como o técnico das “péssimas partidas e ótimas entrevistas”. Lula na China foi o exato oposto. O jogo foi bom, mas as entrevistas foram desastrosas. Lula continua sendo o maior opositor de si mesmo.
O Brasil entende e reconhece o papel da China no redesenho da nova ordem mundial e quer se mostrar amistoso em relação ao seu maior parceiro comercial. Até aí, tudo bem. Mas quando Lula visita a Huawei, classificada como “ameaça” à segurança nacional americana, diz que quer o fim do dólar como moeda para as trocas internacionais e ainda pisca o olho para a Rússia, dá uma guinada para a esquerda tão radical na política externa brasileira que pode virar o barco.
Não que estivéssemos bem servidos neste quesito no governo anterior, para dizer o mínimo. Desde as teorias lisérgicas do “pária internacional”, passando por fazer propaganda antivax na ONU, o libera geral do desmatamento, o genocídio Ianomâmi e a diplomaselfie dos meninos maluquinhos deslumbrados com Trump, houve constrangimentos em série, de triste memória. Sem mencionar, claro, as joias da Arábia Saudita, um escândalo que resvala no puro banditismo político.
Já a obsessão de Lula por ser um “negociador de paz” é uma tentativa jeca e grotesca de projetar, no palco mundial, sua experiência como sindicalista quando, entre um charuto cubano e outro, conseguia azeitar as relações entre os industriais amigos e os operários companheiros. Como Vladmir Putin não é Paulo Villares e a Ucrânia não é uma siderúrgica em São Caetano, o que pode dar errado? Tudo.
“Vaidade, definitivamente meu pecado favorito.”
Al Pacino como John Milton em “O Advogado do Diabo”
A nova política externa lulista vê no mundo “multipolar” uma oportunidade para o Brasil ser mais independe dos EUA, menos por pragmatismo econômico e mais por ideologia dos seus militantes partidários. Não há qualquer novidade nisso, até Barack Obama governou a América direcionando uma nova ordem mundial com uma presença menor do seu país, algo que Donald Trump seguiu do seu jeito. O PT empurra Lula para um papel mais ativo nesse redesenho mundial.
A Secretaria de Relações Internacionais do PT é tocada por Romênio Pereira e Monica Valente, casada com Delúbio Soares e secretária executiva do Foro de São Paulo (sim, aquele). Num evento há menos de 10 dias, na Rússia, depois de uma passada pela China onde se reuniu com líderes do PCC, Romênio Pereira culpou os EUA pelo golpe imaginário contra Dilma Rousseff e pela guerra da Ucrânia, argumento criado pela máquina de desinformação e propaganda russa. É o samba do petista doido, uma versão de sinal trocado das sandices de Ernesto Araújo.
Joe Biden é um presidente fraco, provavelmente senil, e não tem uma estratégia clara para a América Latina. A visita de Lula aos EUA não resultou em nada de relevante, no máximo um aceno de que o alinhamento com a China e a Rússia não significaria uma hostilidade ao Tio Sam. Ninguém acreditou.
Mano Menezes, que já dirigiu alguns dos maiores clubes do país e a seleção brasileira, hoje está comandando o Internacional de Porto Alegre e pouco se ouve falar dele. Lula deveria entender que, quando a vaidade fala mais alto, o final é o ostracismo e a irrelevância.
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Alexandre Borges
Analista Político @ Jovem Pan News
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Francamente? Eu tenho medo do lulopetismo. Dima Bonecao de Olinda nos Brics, o trem da alegria na China, a visita do Sergei na sequencia… Imagine se Trump ainda fosse presidente? Ucrania estaria sem o apoio do USA e Lula ( junto de Celso Amorim ) estaria com o antiamericanismo ainda mais evidenciado. Lula é um sociopata megalomaniaco . Esse governo sera lulopetismo a mil graus! Medão do sapo boi barbudo!